RELATO 6 – Chegando em Moscou, Rússia
Cheguei! E sim, está nevando em Moscou! É a primeira vez que estou vendo a neve caindo (só tinha visto até então ela já acumulada no chão) e como um bom brasileiro que não é acostumado com isso, fiquei bobo e até chorei, gravei, fiz live no Instagram! É lindo! Realmente, a cara do natal! Essa cena + a da aurora boreal já fizeram toda a viagem valer mais do que a pena!
Mas confesso que eu estava com medo de chegar em Moscou. Depois da experiência de solidão e silêncio em Murmansk, eu imaginava que aqui seria da mesma forma e estava preocupado com isso. Mas, quando pousei no aeroporto Domodedovo, já vi que as coisas por aqui seriam diferentes. Acho que eu havia me esquecido que eu estava saindo de uma cidade do Polo Norte rumo à capital. E claro, tudo aqui já é mais sinalizado para estrangeiros.
Dessa forma, não foi difícil encontrar o trem “Aeroexpress” que faz o trajeto entre o aeroporto e o centro de Moscou (eu já havia comprado o bilhete pela internet e foi tudo muito tranquilo). Detalhe: trem super confortável, dois andares, bem aquecido, e sem paradas. Recomendo demais! Ele chegou pela estação Paveletsky e dali é fácil se conectar com o metrô, onde comprei um bilhete que vale durante três dias e custa em torno de 415 rublos (aproximadamente R$30). Ótimo pra turistar! E não se preocupe: as placas informativas dos nomes das estações estão em alfabeto cirílico e também no nosso alfabeto. Fica mais fácil de se localizar, garanto. É estranho apenas no comecinho, depois passa e você começa até a achar que está conseguindo ler em russo (apenas ilusão, no meu caso).
Aaaah, e esse metrô de Moscou? Bem que falaram que as estações são verdadeiras obras de arte. Realmente, são bonitas demais. E profundas. E como o sistema funciona bem! Os trens são rápidos, você fica pouco tempo nas plataformas e eles não são tão lotados. Creio que isso se deve ao tamanho da rede e das integrações, fazendo com que as pessoas se distribuam melhor entre as linhas. E uma das linhas mais curiosas é a 5, a “‘circle line”. Sim, ela funciona como um “rodoanel” e circula ao redor do centro de Moscou e faz integração com praticamente todas as outras linhas. Incrível!
Eu não estou hospedado perto da Praça Vermelha, o principal ponto turístico de Moscou, mas de metrô foram apenas cinco estações para chegar até lá. E pensa que lindo, saindo de manhã, aquela neve caindo, e um frio de -11°C batendo no rosto. Linda era a neve, porque o frio… Gente, até eu, que amo frio e temperaturas baixas, sofri hoje pra caramba.
Não é só uma questão de gostar, a coisa é física também! Dói mesmo! Nem em Murmansk senti tanto frio, caramba! E pra caminhar então? Mesmo se você nunca patinou no gelo na vida, pra andar na neve você tem que aprender, porque a cada dez passos, se você não tomar cuidado, com certeza vai cair no chão. Só hoje vi umas quatro pessoas caindo. Então vai todo mundo andando querendo correr mas naquele passo de pinguim. Tente imaginar a cena. Parece até uma dança!
E olha, patinando e encarando o frio, cheguei na Praça Vermelha e realmente me impressionei com o tamanho dela. Não pensava que ela era tão gigante. Que espaço! E ali pude ver a Catedral de São Basílio, o Kremlin, e outros prédios históricos. Tem um mercado de natal também, com comidas, bebidas quentes (principalmente) e brinquedos pras crianças. Um deles ficava girando no alto, o famoso “chapéu mexicano”, e eu pensava ali: que mãe deixa a criança rodar nessa velocidade nessa altura com esse gelo de -11°C? Imagina a sensação térmica? Mas enfim, deve ser bonita a vista dali de cima pra compensar o esforço.
E adivinha: ali perto da praça, encontrei uma outra coisa que amo visitar nas minhas viagens: um MIRANTE! Ele fica dentro do parque Zaryadye (que também é show de bola e vale uma boa caminhada ali pra visitar várias atrações que tem nele). Fui subindo uma ponte que dá acesso ao mirante, já começando a ver a vista, e descobri algo curioso: o mirante fica no fim dessa ponte, “suspenso” sobre o Rio Moscou. Que imagem!
Aliás, um fato sobre esse rio: uma amiga minha viu que eu estava aqui na Rússia e me mandou mensagem dizendo que eu não podia deixar de fazer o passeio de barco no Rio Moscou, pra ver a cidade de outro ângulo. E quando vi ele ali, do alto, na hora pensei: pronto, já achei o rio. Mas gente, ele está todo CONGELADO! Uma pedra de gelo. Nada navegando por lá! Tudo bem, aceitei que não ia mais fazer o passeio. E a mensagem de conforto da minha amiga? “Pô, foi mal aí Cris, hahahahha”. Com emojis ainda… “🤣🤣🤣“. Amo meus amigos!
E resumindo:
– Só nesse primeiro dia, foram 7 horas de caminhada. Usei metrô várias vezes (não usei ônibus, achei o trânsito meio caótico), caminhei e “me perdi” intencionalmente para explorar várias ruas e arredores da Praça Vermelha;
– Me senti extremamente seguro. Há muitos turistas na região e vários policiais em pontos estratégicos. Não me senti acuado ou desconfiado em nenhum momento;
– Aqui em Moscou a comunicação não tem sido um grande problema: a maioria dos russos realmente não fala inglês, mas eles fazem um esforço pra te ajudar na hora de te atender em um supermercado, restaurante, bilheteria de metrô. Não me senti tão “bicho do mato” como lá em Murmansk;
– A cidade em dezembro está com uma atmosfera fora do comum: as cenas de natal que a gente vê nos filmes são gravadas aqui, não é possível. Nunca vi tantas luzes, tantas árvores de natal, tanta música temática tocando em vários pontos. E a neve aqui nos pinheiros não é de algodão nem de espuma, achei bem real e oficial isso;
– Agora, sendo bem sincero, o frio russo é realmente algo que não dá pra imaginar, só sentindo pra ter ideia. Mesmo com todas as roupas, tem hora que o frio invade suas luvas, blusa, calça. Mas achei um esquema bom: nessa hora, entre numa estação de metrô, num shopping, se aqueça novamente e já dá pra aguentar mais um tempo de caminhada. Mas olha, turistar e caminhar ao ar livre com temperatura negativa e neve, realmente, é um desafio. Mas não deixa de ser lindo e já tô ansioso pra fazer tudo amanhã de novo.
Minha PRIMEIRA IMPRESSÃO sobre Moscou? Tô apaixonado por esse lugar, simples assim. A parte boa é que ainda é só o começo. Bora lá explorar ainda mais essa belezura e registrar tudo! E valeu pela companhia de todos que estão acompanhando. Tá show demais tudo isso, mesmo! Abração!
>> E para ler os outros relatos do #CrisnaEstrada na Rússia, basta clicar nos links abaixo:
Relato 1 – Voo para São Petersburgo
Relato 2 – Chegando no Polo Norte
Relato 3 – 1° dia em Murmansk, Rússia
Relato 4 – A primeira aurora boreal a gente nunca esquece
Relato 5 – 2° e 3° dia em Murmansk, Rússia
Relato 7 – Um sábado em Moscou, Rússia
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